quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O comprimido da 'felicidade' - I



O tema é antigo, tal como a discussão sobre o mesmo. Seja entre doentes, entre profissionais ou entre doentes e profissionais. Não raras vezes surge a velha questão de tomar ou não tomar medicação para controlar e/ou curar a doença mental.
Não raras vezes também sou questionada em consulta sobre isso. Ou até 'informada' da decisão de alguns pacientes em jamais 'ser encharcado em medicamentos' ou 'preferir ser medicado para que esta tristeza passe de uma só vez'.
Clichés à parte, cada caso deve ser avaliado com a devida atenção. Não há uma orientação única e o procedimento difere consoante o diagnostico definido. A medicação serve para estabilizar o que bioquimicamente pode estar em desequilíbrio e, consequentemente, a proporcionar sensações desagradáveis e até pensamentos e comportamentos desajustados. Porém, em muitos casos são formas erradas de pensar que levam a uma inadequada interpretação de sinais e sintomas, que os propiciam e que suscitam comportamentos não funcionais. Este processo requer muito mais que um comprimido. Este poderá ser uma mais valia para aliviar o sintoma e dar à pessoa a disponibilidade para 'olhar' para si, para a situação e aprender uma nova maneira de pensar, sentir e viver.



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